segunda-feira, 2 de agosto de 2010

No vermelho, mas não de luto










Saí por enquanto da corrida dos ratos.
Os felinos queriam me ver morto!
Agora é a minha vez de salivar
Em todos os pratos da casa.
Nada de ratoeiras da morte.
Pedidos só à la carte!

O cartão de ponto foi pro lixo
Se encontrar com seus parentes;
Restos de queijos perfurados,
Mal-cheirosos e envelhecidos,
Sucumbindo à céu aberto.

Fiquei aqui em outro nicho,
Longe de capitalistas devoradores
De dinheiro e cobiça, com as almas
Encardidas atrás dos sapatos lustrados,
Paletós passados, golas brancas,
E maletas cheias de papéis inúteis,
Para impressionar os chefes.

Do currículo fiz um aviãozinho,
Como o das aulas remotas da escola.
E arremessei pra bem longe!
Ele partiu num voo sem escalas,
Sem hora pra regressar, ele foge.

Estou no vermelho, mas não de luto!
Se for pra lutar de novo, eu luto!
E se me permite, vou terminar
De saborear este meu charuto.
Au revoir, ou melhor, hasta luego...

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