quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desejo ou sina?













Meu medo é neblina
Sanco que me carrega
em noite negra de rapina

Na colina a folhagem
devora almas na matina
Matilha selvagem

Lúmen, lampejo, lamparina
A morte é desejo ou sina?

Medo












Subestime o medo
Pode ser miragem
Ele esconde um segredo:
A força de uma coragem...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Só ao Sol













Aproveito-me
da elasticidade
da vida, dos dias
e duplico-me
toda vez
que, faminta,
mordisco poesias
enquanto o Sol
me visita e me tatua
no chão da varanda
Não estou só, apenas nua...

(Anorkinda e Daniel H. M. de Carvalho)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sopa de pedrinhas

A verdade do meu trabalho?
Pergunte às minhas mãos...

(José Calos da Rocha Pedreira)

Pesca dor













Há algo dentro de mim
que não me pertence
Não é cansaço na alma
nem a leveza da calma
mas sei que algo descansa
bem aqui no peito e assim
a vida me convence

Em meu porto-veraneio
sentado na beira do cais
sinto uma pergunta do céu
Ao meu lado uma pena caída
parece a de um papagaio
mas não sei o que responder
(com olhar de soslaio)
apenas suspiro profundo

Ah, aquelas gaivotas, que danadas!
As pontas das penas amareladas
quando não, colorem as asas
ao cruzarem o sol e o arco-íris
Sei bem por que se banham no mar

E que saudade de ver fotos...

Isso, isso mesmo, no fim da tarde
Vou abrir aquele meu baú aquarela
Pausar por um instante minha idade
Chorar e sorrir sob a luz da vela
Porque não?

Né Bob?
Vamos!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vaga-lume









Voe, voe vaga-lume, aprume-se
Vá ao cume e traga-me
o perfume daquela flor
Implume preciso transpor
o negror que me consome
e acender com fulgor
o sorriso que ainda dorme...
Acenda, ascenda, por favor!