quarta-feira, 6 de abril de 2011

Numa breve visita










Perdi meu casaco de penas
Num banco qualquer da estação.
Durante a viagem senti frio
Mas não esquentei muito a cabeça

Trêmulo, vesti-me de esperança
Ouvindo a cadência das rodas
Nos trilhos de um sonho silente
No brilho de um sono profundo.
Respiros que abrem caminhos
Entre cinzas que nevaram na vida

Perdi também o medo
De deixar minha alma nua
Quando me vi num campo aberto,
Eu parecia com todos em volta!
Nudismo espiritual?

Os pontos de luz pareciam estrelas
Alguns caminhavam de pontas dadas
E não havia mãos, porém
O destino parecia residir ali
Há muitos e muitos anos-luz

Eu ignorava o tempo
E o vento me contava novidades
Das árvores frutíferas
Que conversavam com pássaros
Que voavam com borboletas
Que fecundavam belas flores
Que enfeitavam as bordas dos rios

Perdi até a fome da vida!
Porque então as frutas?
Vá entender!

Mas o melhor veio depois
Quando senti cheiro de comida
E ouvi uma voz meiga
Vindo em minha direção...

Era uma bela e sensual enfermeira!
Então, logo pensei:
Bem que ela poderia ser
A erva de agora
E a Eva de outrora...

2 comentários:

Obrigado pela visita e volte sempre!