quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Infernópole

Tantas motos, carros e escarros pelas ruas. O verde escondendo-se atrás de uma nuvem cinza. O chiclete apaixonado derrete-se agarrado no solo quente. Os pombos em choque, sobre os fios expostos, com os olhos grandes e ardidos; assistem mudos ao espetáculo.

Quando a noite chega, o chão esfria a cabeça... Bocas-de-lobo arrotam uma lavagem indigesta, tragando e baforando restos de bitucas de cigarro e de refrigerantes quentes. Ratos e baratas se encontram para compartilhar fragmentos de sanduíches hot-dog e farelos de coxinha.

As pessoas dormem, e o vento rasteiro muda a página de um jornal; o céu continua lendo. Noutro dia, logo cedo, uma nova notícia desperta ao som da repetida sinfonia. Iniciado por uma buzina infernal, o show se estende ao longo do dia e a vida continua sendo normal, quem diria...

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